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'O nosso modelo turístico e de promoção territorial está muito focado no vinho'

O presidente do Município de Nelas, Joaquim Amaral destacou, em entrevista ao Diário de Viseu, o impacto que o vinho tem nos diversos setores.

Em entrevista ao Diário de Viseu, Joaquim Amaral, presidente do Município de Nelas, enfatiza o impacto económico e social que o vinho tem na região no arranque de mais uma Feira do Vinho do Dão, que de hoje até domingo contará com 42 produtores e 95 expositores.

O número de expositores e produtores presentes na fei­ra deste ano é superior ou inferior ao ano passado?
É superior, vamos ter 42 produtores e 95 expositores. Temos um aumento de produtores, começámos a divulgação da feira com 39 confirmados, mas a decisão de vir ou não à feira tem muito a ver com o contexto das vindimas. Estas têm mudado substancialmente o seu período e são agora cada vez mais cedo, nas últimas semanas de agosto. Portanto, já andamos em processo de vindima e os produtores não conseguem conciliar tudo e não têm disponibilidade para estar presentes, nomeadamente os que têm apenas estrutura familiar e têm de fazer tudo ou quase tudo na vindima. Fizemos uma aposta em produtores que nunca estiveram presentes na feira e vamos ter dois novos produtores. Essa também é uma responsabilidade e uma missão deste certame, que é abrir a por­ta a todos, especialmente a quem está a dar os primeiros passos, que a feira tem de acarinhar e envolver.

À feira atual ainda presidem os vetores que presidiram à sua criação?
A feira começou por ser, em 1991, um evento do concelho. Nós não perdemos esse espírito, não dei­xa de ser feita em Nelas, com a cultura, o associativismo, a parte patrimonial, mas é uma feira que se afirma cada vez mais como uma feira do vinho do Dão, a feira de vinho mais antiga do país e é a referência como feira do Dão, toda a gente identifica este certame com Nelas. Temos a bênção de acolher no nosso território a feira, mas ela para crescer, robustecer e consolidar, para chegar cada vez mais longe tem de ser uma feira identitária, nos produtores, nos enólogos e nas entidades ligadas à fileira da vinha e do vinho. E nós fizemos um modelo onde a feira era apresentada com alguma opinião também dos produtores, mas não de uma forma metódica e organizada. Nós, desde a primeira edição, fizemos reuniões regulares com os produtores para eles sentirem cada vez mais a feira como algo deles, porque a feira tem dois patamares: no primeiro, é um modelo de negócio; depois há a vertente do turismo, de criar valor, riqueza. É necessário aliar estes dois vetores. O vinho tem um impacto muito grande nesta região, e no país também, e portanto tem de ser protegido, não só o produto do negócio, o vinho, mas o modelo a ele associado, o emprego direto e o indireto. Todos lucram com isso, os empresários, os fornecedores, entre outros. Mas depois também temos outra vertente, que iniciámos no ano passado, o “Dão de Portas Abertas”, que este ano está mais robusto, com os produtores muito sensíveis a esta iniciativa, o que nos possibilita termos as portas abertas, o que é cada vez mais importante não só para o modelo de negócio da parte financeira, mas também para a parte turística e de promoção territorial, dinamizando uma economia circular. Este é, cada vez mais, um evento de portas e de braços abertos.

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