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Técnicos de emergência esperam entendimento com tutela para suspender greve

Para Rui Lázaro, a suspensão da greve só acontecerá “perante soluções concretas”, como a revisão da carreira

O presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) disse hoje que espera conseguir encontrar condições com a tutela para "levantar a greve", que tem provocado constrangimentos na emergência médica há cerca de uma semana.

"Pretendemos ambos, sobretudo, chegar a um entendimento que nos permita não só suprimir a greve, mas acima de tudo garantir as condições necessárias para que se comece a reverter o estado em que a emergência médica chegou, que não é de agora, que já vem de alguns anos desta parte, que se tem agravado muito pelo número de TEPH que tem vindo a diminuir, fruto de uma carreira muito pouco atrativa e um salário demasiado baixo", salientou Rui Lázaro.

O dirigente sindical falava esta tarde à imprensa à entrada para a reunião com a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, em Lisboa.

"Estamos desejosos de conseguirmos encontrar as condições para levantar a greve e iniciar este estado de reversão do sistema", precisou.

Para Rui Lázaro, a suspensão da greve só acontecerá "perante soluções concretas", como a revisão da carreira.

"Terão que nos ser apresentadas soluções concretas, compromissos efetivos que nos permitam levantar a greve. Depois de isso acontecer, veremos. A revisão da carreira, valorizando-a, a valorização do início remuneratório, são as duas principais razões que nos farão ponderar o levantar a greve", esclareceu.

O sindicalista recordou que os TEPH "auferem apenas 920 euros", de salário de entrada na carreira.

"Quase o salário mínimo nacional. É muito desadequado e tem afastado cada vez mais profissionais da nossa carreira. A nossa taxa de abandono supera hoje os 40%, e importa reverter este estado para que possamos atrair mais técnicos para o INEM [Instituto Nacional de Emergência Médica] e fixar os que prestam", observou.

Aos jornalistas, Rui Lázaro indicou que na segunda-feira da semana passada (28 de outubro), antes de se iniciar a greve, houve registos de 134 chamadas em espera, enquanto durante a paralisação “o número máximo foi de 111”.

Num dia que não havia greve, houve mais chamadas em espera, o que prova que os constrangimentos já vinham antes da greve. […] O grosso dos constrangimentos já vem dos meses e dos anos anteriores”, sublinhou.

Sobre a alocação de enfermeiros nos Centros de Orientação Doentes Urgentes (CODU), Rui Lázaro recordou que o "projeto já foi tentado no passado e foi suprimido, porque não acrescentava valor".

"Estes enfermeiros vão apenas realizar acompanhamento", considerou.

Desde 30 de outubro que os técnicos de emergência pré-hospitalar (TEPH) estão em greve às horas extraordinárias para pedir a revisão da carreira e melhores condições salariais, uma situação que está a criar vários problemas no sistema pré-hospitalar e na linha 112.

Na segunda-feira, a greve dos técnicos de emergência pré-hospitalar obrigou à paragem de 44 meios de socorro no país durante o turno da tarde, agravando-se os atrasos no atendimento da linha 112.

Pelo menos cinco pessoas terão morrido na última semana em consequência dos atrasos no atendimento na linha 112 no atendimento na linha 112.

O INEM já confirmou o impacto da greve, recomendou às pessoas que não desliguem as suas chamadas até serem atendidas e anunciou um reforço do Sistema Integrado de Emergência Médica com 10 ambulâncias de socorro, distribuídas por Postos de Emergência Médica em corpos de bombeiros e delegações da Cruz Vermelha Portuguesa.

A Liga dos Bombeiros Portugueses avisou na terça-feira que "o colapso" do sistema de triagem de doentes gerido pelo Instituto Nacional de Emergência Médica está a criar uma "pressão extraordinária" nas corporações de bombeiros.

Novembro 7, 2024 . 17:34

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